7 de abril de 2011

Sou contra as usinas nucleares

Ontem, falei em plenário sobre dois assuntos: as usinas nucleares e a situação da saúde. Dois assuntos ligados à vida, ao nosso bem maior.
"Querida Presidente desta sessão, Deputada Vanessa Damo, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, primeiramente quero cumprimentar o nobre Deputado Luis Carlos Gondim em relação a sua preocupação com a energia atômica, essas usinas que podem causar os desastres, como aconteceu em Fukushima, no Japão, como aconteceu em Chernobyl, que já matou mais de 80 mil pessoas. É muito grave. Imagine por exemplo ter um o vazamento em Angra dos Reis, entre as duas cidades maiores do nosso país, Rio de Janeiro e São Paulo, fora as cidades como Taubaté, São José dos Campos, e outras, será talvez a falência do nosso país. Lembro quando em 1982, assumimos como vereador em São Paulo, o Governo Montoro, que é do nosso partido, do PMDB, tinha um projeto de colocar em Guape, uma usina atômica, que foi graças a deus foi eliminado. Mas, hoje, estou assomando à tribuna não como médico, mas como parlamentar, que está preocupado com a saúde da nossa cidade, do nosso estado e do nosso país. Amanhã, dia 7 de abril, se comemora o Dia Mundial da Saúde. Mas, se fizermos uma reflexão, verdadeiramente, talvez não venhamos a comemorar o Dia Mundial da Saúde. Talvez estejamos comemorando o Dia Mundial da Doença. Porque em qualquer lugar que a gente vá, em qualquer cidade, desse país, nós encontramos filas de pessoas que estão lá procurando a saúde. E na maioria das vezes não encontram. Filas e filas, horas e horas, principalmente gente humilde, que não consegue nem pagar uma passagem de ônibus, estão lá enfileiradas, buscando saúde, buscando atendimento médico-hospitalar que às vezes não consegue. Que cidade, que país é este? Temos que revolucionar isso. Amanhã, nós teremos uma manifestação da classe médica, dos trabalhadores da saúde, dizendo não aos exploradores, àqueles que pagam uma miséria numa intervenção cirúrgica, no atendimento de consulta, para os conveniados. E o pior é que a população que paga o convênio, e paga muito, fica também enfileirada. As pessoas não conseguem uma consulta, uma cirurgia no tempo adequado. Pagamos muito, e não temos em contrapartida o atendimento médico-hospitalar decente e as pessoas ficam enfileiradas também como os pobres, que ficam nos hospitais públicos, como temos visto. É lamentável. Amanhã teremos essa manifestação dos médicos. Se Deus me permitir, estarei lá junto com os meus colegas para reivindicar para a população. O convênio subiu muito, os valores são escorchantes. Subiu muito, talvez mais do que os juros de mercado. E o salário? E o pagamento das intervenções dos médicos, seja uma cesárea, um parto, uma cirurgia de grande, médio ou pequeno porte, consultas, tudo é mal pago. E não se respeita o médico. O médico pede um exame, e não consegue. O médico pede uma ultra-sonografia, uma ressonância magnética e parece que é o inferno. E não permite que o médico use desses exames complementares que vai facilitar o diagnóstico. O atendimento médico cai. A qualidade cai. E é por isso que todas as suas associações médicas, os conselhos, os sindicatos, estão todos irmanados, buscando dizer que está muito errado o atendimento médico-hospitalar no nosso país. Por isso, então, eu digo que amanhã talvez não seja o Dia Mundial da Saúde. É o dia mundial da doença, que nós queremos nos próximos anos comemorar o Dia Mundial da Saúde. Porque a saúde é um bem maior. A saúde é inerente a qualquer ser humano, a qualquer cidadão. E isso é negado. É negado indiretamente às vezes por maus empresários, que fazem da medicina uma empresa para enriquecer, explorando os trabalhadores da saúde e principalmente os médicos. E temos que dizer que isso está errado. Temos que corrigir. Errar é humano, persistir no erro é pior ainda. E é por isso que temos que nos mobilizar. Faremos uma das manifestações em frente ao Masp. De qualquer forma, teremos manifestações em todos os lugares, para dizer que não estamos contentes com essas condições. E mostrar aos maus empresários, àqueles que exploram a saúde, que não deveriam estar explorando, porque saúde deveria ser e é direito de qualquer cidadão e obrigação do estado também, do órgão público, seja municipal, estadual ou federal. São todos irmanados, buscando atender a todos, e infelizmente para muitas falhas. Mas eu fico refletindo quantas mães, quantos pais não choram naqueles momentos que vão ao hospital e não encontram o atendimento e pessoas que não podem pagar um atendimento particular. Pessoas que ficam na chuva. Pessoas que sofrem até para chegar ao hospital, para pagar uma passagem de ônibus. E meu filho que também é médico pergunta:” Pai, por que você não faz um projeto, uma lei em São Paulo, que possa irradiar para todo o país, porque tudo que se faz em São Paulo irradia para todo o país, para fazer com que o hospital, que demorar o atendimento em mais de meia hora, pelo menos, possa dar um lanche, uma sopinha para aquela pessoa que está na fila, que é carente. Porque a comida, o alimento, é realmente um remédio. Um corpo nutrido, bem alimentado, dificilmente vai ficar doente. Tem mais a resistência às doenças. Eu aprovei o projeto, mas foi vetado pelo Executivo. Eu não consegui ainda trazer a São Paulo, para o nosso país um projeto que possa fazer um pouquinho de justiça àquele que não consegue comprar uma passagem de ônibus para ir ao hospital, que fica mais meia hora esperando, uma hora, não. Muito mais, todos nós sabemos. Ficam lá 3, 4 , 5 horas com fome, porque não tem dinheiro para comprar alimento, está doente e não consegue nem se alimentar e sabemos, como médicos, que o alimento é remédio. Então, esta é a situação do país em que vivemos. É um país que é diferente do Japão, onde há tsunamis, terremotos, nevascas, tudo que atrapalha a produção. O nosso país foi abençoado por Deus. Aqui não temos essas intempéries, como desertos, terremotos, nevascas. E quando temos um pouquinho de neve em São Joaquim, todos querem ver, porque brasileiro não conhece neve, pelo menos aqueles que não foram ao exterior. Então, é um país abençoado por Deus, por toda a produção agrícola e agroindustrial que temos. E infelizmente, não é priorizado. E a agricultura gera emprego, e é por isso que temos que batalhar muito, dar prioridade a agroindústria, para que possamos caminhar junto com a saúde, porque alimentação, nutrição, anda de mãos dadas com a saúde, não são só os remédios. Alimento também é saúde. Então, Sra. Presidente, Vanessa Damo, que defende a região do Grande ABC, mas também sabe da importância que tem a agroindústria, termino a minha fala agradecendo ao agradecendo ao Deputado André Soares que me concedeu, através da permuta de tempo, esta oportunidade de dizer aqui, um dia antes do Dia Mundial da Saúde, hipotecando solidariedade, o apoio total e irrestrito à classe médica que está sendo esmagada, explorada e deteriorada. Muito obrigado."

6 de abril de 2011

Crianças e adolescentes em semáforos

Olá,


Gostaria de dividir com vocês a leitura de um pequeno pronunciamento que relaizei em plenário na Assembléia Legislativa no último dia 30/03 e que aborda a questão das crianças e adolescentes que trabalham em semáforos.


"Sr. Presidente, Deputado Barros Munhoz, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, queremos fazer aqui desta tribuna, no dia de hoje, um apelo aos vereadores e aos prefeitos do Interior porque em todas as cidades que vamos, cidades do tamanho médio para maior, encontramos nas ruas e nos cruzamentos das ruas adolescentes que ficam, como aqui na Capital, “trabalhando”, pedindo esmolas. Atrás dessas crianças e adolescentes, que deveriam estar na escola, na creche, porque aproveitam até crianças de colo para ficarem nos semáforos como, por exemplo, da Rua Salim Maluf com a Rua Padre Adelino, estão os pais para angariar recursos para exatamente comprar drogas. Isso é lamentável e também preocupante. Essa violência, que assola o nosso País, o nosso Estado e a nossa Cidade, tem que ser coibida. E, aí, a segurança preventiva é fundamental. Se não cuidarmos dos nossos adolescentes certamente um dia eles sairão das ruas, dos cruzamentos para a Fundação Casa e depois para as penitenciárias, se a polícia não os matarem antes ou se não cuidarmos deles antes. Fiz uma lei que proíbe quaisquer atividades dessas crianças e adolescentes nos semáforos aqui da Capital, inclusive a dos ambulantes. Mas os marginais se misturam com eles e acabam nos atacando nesses cruzamentos. Existem vários pontos na Cidade de São Paulo- como em Campinas, em Santo André, em São Bernardo, em estados como Recife e Rio de Janeiro- em que esses marginais se misturam aos ambulantes e acabam assaltando e até assassinando as pessoas. São Paulo é uma cidade que tem vocação para o trabalho. Muitos turistas procuram a Cidade de São Paulo seja a passeio ou a negócios e quando esse tipo de coisa acontece os turistas vão embora. Ninguém quer estar numa cidade em que há desordem, violência ou insegurança. Por isso fiz esta lei e gostaria de estender para todas as cidades do interior deste estado maravilhoso que é o Estado de São Paulo, o mais forte da União. Temos 130 assassinatos por dia no País. Que país é este?! Que herança daremos aos nossos netos, bisnetos, tataranetos?! Temos de acabar com isto e para tanto proponho a tolerância zero, a blitz pelo desarmamento. Temos de tirar armas daqueles que têm uma arma ilegal, uma arma contrabandeada, uma arma roubada- às vezes até da Polícia Civil, da Polícia Militar. Estas armas de numeração raspada devem ser retiradas do mercado. Fiz um projeto na Câmara Municipal de São Paulo que não vingou. O objetivo era que o governo, fosse municipal, estadual ou federal, indenizasse quem entregasse uma arma com o valor de 200 dólares aproximadamente. O marginal, se não tiver uma arma, não mata. Eles são covardes. Com uma arma na mão eles subjugam as pessoas e assaltam, agridem. Pessoas entram em depressão, se recolhem em suas casas, não querem mais sair. Erguem-se os muros, colocam-se cercas elétricas, colocam-se câmaras e ainda assim não se consegue coibir. Portanto, temos de cuidar dos nossos adolescentes e coloco à disposição de qualquer vereador ou prefeito esta lei a fim de que possamos expandir essa ação e termos segurança, qualidade de vida, o direito à vida, o direito à saúde, que é o bem maior."

5 de abril de 2011

Simpósio contra drogas acontece na Assembléia

Manifestei-me em plenário sobre as drogas. Divido estas palavras de muita preocupação com todos vocês. Um grande abraço.
"Sr. Presidente, nobre Deputado Itamar Borges, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, ontem foram encontrados e apreendidos 300 quilos de cocaína numa associação da PM, próxima a São Paulo. Ficamos cada vez mais estarrecidos. Sei que não tem nada a ver com a PM, essa instituição que nos protege, honrada, digna. Mas estamos muito preocupados com as drogas. E hoje, nesta Casa, os nobres Deputados Donisete Braga e Enio Tatto estão realizando um simpósio para mostrar os perigos das drogas. Até gostaria de ter participado, mas não tive oportunidade ainda. Mas, como médico, fico muito preocupado, porque os traficantes estão misturando adrenalina na cocaína. O viciado ingere menos cocaína, mas a adrenalina dá a ele aquela sensação de taquicardia, as pupilas ficam dilatadas, há uma maior sudorese. Só que a adrenalina, numa pessoa com batimento por minuto de 80, 90, que é o normal, acelera esse batimento e pode levar, inclusive, a uma parada cardíaca. Os traficantes às vezes também misturam lidocaína, um anestésico. O usuário aspira a cocaína, e a lidocaína dá uma sensação de amortecimento, sentindo o usuário um maior conforto. E junto a essa lidocaína é misturado também ácido bórico, um inseticida em pó usado para matar formigas. A que ponto chegaram os traficantes para ganharem mais dinheiro! Isso é muito preocupante porque atinge também os adolescentes, os que estão na flor da idade, os que podem ajudar este País. Mas eles são recrutados e se tornam viciados. Correm um risco imenso e o lucro, o dinheiro é que prevalece. Às vezes vemos na mídia uma mãe chorando a morte de um filho, ou um pai, ou qualquer familiar. Muitos sabem o que é ter um drogado na família. Esse drogado chega em casa alcoolizado; o álcool aumenta a potência da droga e essa pessoa vai agredir os familiares. Quanto sofre uma família com um drogado! Mas todos nós temos que lutar e combater essa situação. É por isso que quero parabenizar os Deputados Donisete Braga, Enio Tatto, e todos os que estão participando dessa reunião. Temos que fazer uma corrente forte, única, para salvar nossos adolescentes. As drogas que invadiram nossas escolas estão matando, arrebentando com a família. E a coisa mais triste é ver uma mãe ou um pai sepultando seu filho. E o pior é quando a mãe assassina um filho por ele ser drogado, ter partido para a agressão e a mãe, para se defender, acaba matando esse filho. Aí entra em depressão e acaba sua vida, a da sua família. Que sociedade é essa em que vivemos? Será que não podemos fazer algo? Por que não fiscalizamos as fronteiras? Essas drogas vêm do Paraguai, da Bolívia; todo mundo sabe. Por que não fazem uma blitz em cada esquina, não só para o desarmamento, mas para procurar também drogas? Temos cães farejadores, temos recursos, uma infinidade de policiais. Está certo que são mal pagos, mas há um exército. Dá para se policiar, sim. Precisamos mudar isso. Quando vou a um estádio de futebol - gosto muito de futebol - sou revistado e fico muito feliz porque lá dentro vou estar seguro. Por que não fazemos isso aqui na Cidade de São Paulo, em pontos estratégicos? Blitz com desarmamento, inclusive procurando drogas. Por que não fazemos isso no Estado? Por que não fazemos isso no País? Cento e trinta pessoas são mortas por dia no nosso País. A cada cinco ou oito horas é morta uma pessoa no nosso País, com arma contrabandeada, arma de numeração raspada, arma roubada, que não é arma oficializada, legalizada. Quem tem porte de arma usa; quem não tem não pode usar, não está preparado. Essa luta não é fácil. É uma luta contra interesses econômicos. A luta antidrogas é fundamental. Haveremos de vencer, haveremos de dar qualidade de vida aos nossos cidadãos. Muito obrigado."

Tristeza na cidade de Cunha

O que ocorreu na cidade de Cunha, a morte das duas irmãs, assassinadas barbaramente por um fugitivo do presídio de Tremembé, tocou o meu coração. Tocou-me como cidadão, como médido, como Deputado e como pai de três filhos. Quero dividir com vocês minha opinião sobre estas saídas temporárias que beneficiam os presos que apresentam "bom comportamento"!!
Nestas datas comemorativas como a Páscoa, que se aproxima, ocorre aquela já famosa e temida pela população, Saída Temporária de presidiários. No País, são cerca de 20 mil beneficiados, uns 2 mil em São Paulo. O que ocorre é que vários destes detentos, a estimativa é de que 10% - NÃO RETORNAM AO PRESÍDIO.

E aí, nós, estarrecidos, lemos uma notícia como esta nos jornais: Homem que teria matado as duas irmãs na cidade de Cunha, era foragido do presídio de Tremembé, onde cumpria pena por assalto, porte ilegal de armas e formação de quadrilha. E sabem como ele se tornou um fugitivo? Recebeu o benefício da Saída Temporária no Natal, benefício que nós costumamos confundir com o indulto.

É bom esclarecer que o indulto é o perdão da pena, enquanto que a saída temporária é um benefício concedido aos presos em datas especiais, como Natal, Páscoa e Dia das Mães. Quem decide sobre como, quando e quais serão as regras para a saída temporária é o Juíz da Vara de Execuções Penais, que edita uma portaria sobre o assunto. O acompanhamento dos presos durante a saída temporária é de competência da Secretaria de Segurança Pública.

Então, quem será o responsável pelos crimes que estes detentos cometem quando ganham equivocadamente esta liberdade temporária?

Estamos falando de um pai que perdeu duas filhas, uma de 15 anos e uma de 16 anos... Estamos falando da Vanessa de Vasconcelos Duarte, de 25 anos que foi morta barbaramente na cidade de Barueri.

Estamos falando de tantas pessoas assassinadas, roubadas, furtadas, sequestradas... crimes cometidos por detentos beneficiados por saídas temporárias, indultados ou sob liberdade condicional... São vários casos, inúmeros.

E quem são os responsáveis legais por estas pessoas? As Secretarias de Segurança Pública dos respectivos Estados, ao menos no caso das saídas temporárias.

Nesta Páscoa, serão 20 mil detentos colocados nas ruas. Dez por cento, a estatística é comprovada, não retornam às prisões, isto significa mais 2 mil bandidos foragidos após a Páscoa. Não estou dizendo aqui que este benefício não deva existir, mas é preciso que tenhamos responsabilidade.

É preciso que tenhamos compromisso com a sociedade civil que sofre as consequências das escolhas errôneas destes indivíduos que são postos em liberdade.

Como se dá a escolha destes indivíduos? Quais os reais critérios? O próprio Diretor geral do Presídio encaminha ao juiz a relação dos presos que têm direito à saída temporária. Mas se o nome do preso não estiver na relação, o pedido pode ser feito pelo seu advogado, diretamente ao Juiz.

E quando este preso comete crimes bárbaros como os que acompanhamos na imprensa? O Diretor do presídio é responsabilizado? O Juíz? O Secretário? Ninguém o é. Nínguém se responsabiliza. Isto precisa acabar.

A sociedade tem o direito de ter mecanismos que a protejam destas más escolhas. E nós temos a obrigação de criá-los. A saída temporária, a condicional, o indulto, devem ter um acompanhamento muito próximo para que não se coloque a sociedade em risco.

A sociedade que paga seus impostos, quer acreditar na segurança pública, quer se sentir segura.

4 de abril de 2011

Assalto ao ex-Deputado Celso Russomano

Falei em plenário sobre o assalto à casa do ex-deputado Celso Russomano. Divido minhas falas com vocês. Obrigado.
"Hoje quero aqui trazer o meu voto de solidariedade ao ex-Deputado Celso Russomano e à sua família que teve a sua casa invadida e o seu carro roubado, nesse final de semana. Como é possível convivermos com essa violência tão radical? O que esta Casa e outras Casas de Leis podem fazer? Acredito que esta Casa já está fazendo alguma coisa. Existem leis que se forem cumpridas certamente teríamos o direito de ir e vir assegurado, direito a vida, direito a não ser invadido em sua casa. Tem uma notícia, desse final de semana, e que hoje está estampada na mídia que um apartamento foi invadido no Morumbi. Lá havia câmera, segurança. Mesmo com todo esse aparato para impedir que os invasores adentrem no apartamento uma família foi assaltada. Que cidade é esta? Que País é este? Dá para ficar de braços cruzados? Costumo dizer que o Governo tem feito grandes hospitais e construímos as nossas casas, as fábricas, tudo aquilo que ajuda um homem a ter qualidade vida. Porém, não temos o direito à vida, que é o bem maior; o direito à saúde porque quando temos uma UTI, um pronto-socorro bastante equipada, chega um paciente baleado ou esfaqueado e - eu sou um cirurgião e sei - às vezes, não se consegue com todo esse aparelhamento, com toda essa tecnologia, o “know how” que temos na ciência médica, os maiores recursos aqui em São Paulo, salvar essas vítimas da violência. Deputado Ary Fossen, V. Exa. mora e foi prefeito de Jundiaí, essa cidade pacata. Certamente em Jundiaí também está chegando a violência e temos que fazer algo. Vejo o Deputado Olímpio Gomes que tem lutado muito contra violência. Acredito que todos os meios são importantes. Temos que pagar bem, sim, aos policiais e equipá-los. Mas temos uma coisa que temos que fazer na área da Segurança Pública, a segurança preventiva, como fazer a blitz, que eu acho que é a forma mais eficaz. Também na Medicina, quando praticamos a medicina preventiva, temos resultado altamente positiva. Estive na 3ª Delegacia de Diadema, hoje, pela manhã, para ver se conseguiria reconhecer alguns marginais. Lá, a investigadora me mostrou um revólver de brinquedo. Era uma arma de brinquedo. Pegaram dois marginais em Diadema, que talvez fosse um dos assaltantes que me agrediu há três ou quatro semanas. Não era. Mas eles assaltaram com a arma de brinquedo. A violência e a facilidade são grandes, e o pior é que são jovens na flor da idade de15, 18, 20, 25, 30 anos. Por que isso? Esses jovens perdem a vida a todo instante, como também morrem os policiais. Nesse final de semana, no Guarujá, balearam dois ou três policiais que estavam cumprindo sua obrigação. Acontece isso em quase todas as cidades. A violência está se alastrando no País por isso propomos a segurança preventiva em pontos estratégicos, como pontos de ônibus, botecos de forró, portões de estádios. Aliás, isso já é feito nos estádios. Blitz são feitas para o desarmamento, ninguém leva arma para dentro do estádio. É isso que temos de fazer em pontos estratégicos para tomarmos essas armas porque é com elas, armas roubadas, contrabandeadas e de numeração raspada, que eles assaltam e agridem. Podemos, sim, produzir medidas para dificultar a violência. Bastam boa vontade e vontade política para promulgarmos leis que ajudem as Polícias a manterem a ordem pública. Ordem pública atrai investimentos, ordem pública significa geração de emprego. Temos esperança de construir uma cidade melhor, um estado melhor, um País melhor, com qualidade de vida, com mais segurança onde todos possam ir e vir sem serem molestados."

1 de abril de 2011

Lei Seca

Hoje, durante o plenário, falei novamente sobre a Lei Seca, a lei de minha autoria que regulamenta o horário de funcionamento dos bares, controla a venda e ingestão de bebidas alcoólicas, diminui os acidentes, os índices de violência e agrega as famílias.

Quero que várias outras cidades aprovem e utilizem esta lei, pois ela realmente salva vidas!!


"Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, quero falar sobre uma lei de minha autoria, aqui em São Paulo, que controla bebidas alcoólicas, uma lei que está salvando muitas vidas, a chamada Lei Seca, ou do Fechamento dos Bares. Foi seguida por várias cidades deste País, mas quando a aprovamos, em São Paulo, tivemos muita dificuldade. Sofri por parte de um segmento da mídia, não diria uma perseguição, mas um debate muito forte, uma posição muito contrária. E com o tempo foi se alastrando, impondo-se essa lei, hoje aplicada em várias cidades do País, diminuindo a violência e trazendo a ordem pública. Costumo dizer sempre, Sr. Presidente, que uma cidade com ordem pública traz investimento e gera emprego. Ninguém quer ir para uma cidade que tenha desordem pública. Ninguém quer ir, por exemplo, para o Rio de Janeiro, onde pode ser assassinado na Linha Amarela, ou no Corcovado, ou no Pão de Açúcar, ou na Linha Vermelha, em qualquer lugar daquela cidade. E São Paulo caminhava para isso também, mas conseguimos aprovar essa lei. Aqui no Tatuapé houve uma diminuição muito grande na Praça Sílvio Romero. Tivemos uma diminuição no Itaim também. São delitos diferentes. Se verificarmos os delitos dos botecos e bares na periferia, é diferente da Vila Madalena ou de Moema. Aqui os delitos são os assaltos aos carros, são as pessoas que dirigem após ingerir bebida alcoólica na madrugada, e acabam atropelando, ou são atropelados, sofrem acidentes de carro e vão todos parar no pronto-socorro. Minha cara Deputada Analice Fernandes, fui colega de seu esposo, que foi prefeito de Taboão; nós nos formamos juntos na Santa Casa, e essa lei nasceu nesse pronto-socorro. Eu recebia de madrugada pessoas acidentadas, esfaqueadas, baleadas, e elas provinham dos bares e por isso elaborei essa lei, para fechar os botecos mais cedo, para controlar essa bebida alcoólica, que é uma droga oficializada, mas que causa um grande estrago, muito mais que o cigarro. O cigarro prejudica a si próprio, mas a bebida alcoólica mata as pessoas, provoca cirrose hepática, pancreatite, hepatite e outras doenças mais, até câncer. A bebida prejudica o outro, por atropelamento; o indivíduo chega em casa e espanca a esposa, maltrata a família, dá mau exemplo. Diadema é uma cidade que seguiu essa lei, diminuindo em mais de 80% a violência. É uma lei muito simples, e por isso quero desta tribuna, do maior Poder Legislativo do Brasil, fazer esse apelo a todas as cidades, aos vereadores, aos prefeitos, para que instalem em sua cidade essa lei. Cada cidade tem os seus problemas. São Paulo tem o problema dos botecos, sim, que avançam pela madrugada, lotando os pronto-socorros, necrotérios, os IMLs, e dando um presente para as mães, que esperam que o filho volte, e ele não volta, e isso acontece às vezes nas vésperas do Natal e Ano Novo. Em outras cidades do interior o problema é semelhante. As pessoas chegam em casa pela madrugada, espancam as esposas e os filhos, dando mau exemplo. Estou muito feliz em vir a esta Casa. Tenho certeza de que conseguirei talvez aprovar em outras cidades. Estive em Campinas, por exemplo, numa audiência pública, e cheguei a ser vaiado porque fui ajudar um vereador do meu partido a instalar a lei. Ele conseguiu aprovar, só que o prefeito vetou. Agradeço mais uma vez pela oportunidade de divulgar essa lei, uma lei que salva vidas e vai trazer uma economia muito grande em termos orçamentários, para a Saúde principalmente."